Primeiro lançamento do artista mineiro pós-pandemia aposta em refrão forte e influências que misturam iê-iê-iê, disco music e bossa nova, além de uma mensagem de força para os tempos atuais.
"As paredes não me incomodam mais". Esta frase, escrita há 10 anos, reflete o momento atual da sociedade que, após o isolamento imposto pela pandemia, retoma gradualmente a música presencial.
Em 2010, Jimmy Andrade, compositor mineiro, escrevia sobre seus sonhos como artista e enfrentava obstáculos como o descrédito alheio, a homofobia e incertezas sobre seu futuro, em meio ao início de uma fase de depressão.
Na época, o cenário musical brasileiro ainda não abria espaço para artistas jovens abertamente LGBTQ+ no mainstream, como acontece hoje com Jão, Pabllo Vittar e Gloria Groove. Jimmy, autodidata em produção musical, limitava-se a gravações caseiras e apresentações em eventos universitários.
Uma década depois, o artista conseguiu recursos para realizar sua primeira gravação profissional em estúdio, coincidindo com a recuperação do setor musical pós-pandemia. "O Que Me Faz Maior", lançado em 26 de agosto nas plataformas digitais - um dia antes de sua primeira apresentação após a retomada dos shows - representa mais que uma adição ao catálogo do artista. É uma mensagem de força para quem teve sonhos interrompidos durante a crise sanitária.
Com versos como "Canto forte e penso no sonho que ainda tenho", a canção demonstra a resiliência dos artistas. O refrão "Eu não vou deixar ninguém / Destruir o que eu sonhei pra mim / O que me faz maior / Eu não vou deixar", executado com acordes simples de guitarra inspirados nos Beatles e no iê-iê-iê dos anos 60, foi concebido para ser direto e impactante.
Ao longo da música, surgem arranjos de disco music e MPB criados pelo multi-instrumentista Luã Linhares. Esta diversidade sonora reflete a identidade musical do artista, admirador de The Beatles, Panic! At The Disco, Clube da Esquina e Jay Vaquer. Como observou Beatriz Carlos em blog especializado: "a diversidade de suas influências e sua paixão pela produção musical fizeram com que se tornassem evidentes os experimentos em sua música".
"O Que Me Faz Maior" utiliza a tecnologia Dolby Atmos, proporcionando uma experiência sonora imersiva além do estéreo convencional, com som que se move em todas as direções. A gravação recebeu este tratamento no mesmo estúdio utilizado por Caetano Veloso em seus trabalhos recentes.
Para integrar os diversos elementos musicais, Jimmy contou com a dupla de produtores Adriano Aquino e Victor Amaral, além do engenheiro de mixagem Pedro Peixoto - colaborador de artistas como Jota Quest, Lagum e Elena Dara, que contribuiu para sucessos que somam mais de 160 milhões de reproduções nas plataformas. A direção do videoclipe ficou a cargo de Samuel Fávero.